Escrito por: Concita Alves
A categoria que cobra uma audiência com a prefeitura para dialogar sobre o piso do magistério e retirada de direitos, enfrenta agora vereadores e mídia local que tentam desqualificar a atividade sindical
O Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Mossoró (Sindiserpum), entidade que representa os professores da rede municipal, recebeu com surpresa e indignação os vários ataques e exposição contra seus dirigentes e a ex-presidente da entidade, a atuante vereadora Marleide Cunha.
A categoria dos professores municipais em greve por tempo indeterminado, desde o dia 14 de março de 2025, busca abertura de diálogo com o executivo municipal, desde dezembro de 2024, frente ao descumprimento da gestão à lei do piso e à retirada de direitos por parte da prefeitura. Em dezembro do ano passado, o sindicato enviou oficio para prefeitura solicitando uma audiência com o prefeito Allyson Bezerra (UB), para dialogar sobre as pauatas da categoria e até o momento não obteve resposta.
Na terça-feira (18), quarto dia da greve, a categoria realizou uma assembleia para avaliação do movimento e encaminhamentos, e para se defender dos ataques, exposição e falas distorcidas que seus dirigentes estão sofrendo por parte do prefeito, de vereadores, veículos de comunicação de extrema direita da cidade, que apoiam a gestão que tentam desqualificar o movimento grevista.
Na sessão ordinária da Câmara Municipal de Mossoró, desta terça-feira(18), o assunto foi retomado pelo vereador Tiago Marques(União Brasil) que questionou o motivo e a legitimidade da greve dos servidores, além de expôr que "cinco servidores sindicalistas estão cedidos ao Sindicato de servidores da Prefeitura de Mossoró - Sindiserpum, nos últimos quatro anos, e juntos receberam R$ 1.473.126,41 sem trabalhar. Dos cinco servidores, quatro são professores e uma é agente de endemias. Ainda de acordo com o parlamentar, esses servidores estariam percorrendo escolas municipais para tentar convencer professores a paralisarem suas atividades e entrarem em greve, deixando centenas de crianças desassistidas.
"Essa atitude mostra a falta de argumentos concretos para a falta de diálogo da Gestão com a representação legal dos professores e uma grande falta de conhecimento das leis que regem os direitos e deveres dos servidores públicos municipais de Mossoró," destaca a professora Eliete Vieira, presidenta do SINDISERPUM.
O SINDISERPUM encaminhou a CUT-RN o documento que dispõe sobre a licença remunerada dos servidores municipais para exercício da atividade sindical, publicado no O Jornal Oficial de Mossoró (JOM), que tem como objetivo publicizar todos os atos da administração pública direta e indireta do município.
A Professora, sindicalista e atuante vereadora Marleide Cunha(PT) está cedida ao Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Mossoró (Sindiserpum) desde 2008, mas segundo matéria publicada em site a vereadora recebeu da Prefeitura de Mossoró o valor de R$ R$ 691.913,53 nos últimos dezesseis anos e dois meses, sem cumprir expediente como servidora pública.
"É lamentável que tenhamos vereadores e até mesmo executivo que se utilizam do espaço público, de espaços de poder pra atacar trabalhadores ou um movimento legítimo por direitos como a greve dos professores municipais. Dirigente sindical representa sua categoria e tem direitos conquistados em lei, como ser liberado de suas atividades laborais para assim fazer a luta dos servidores e das servidoras por direitos..." afirma Irailson Nunes, presidente da CUT-RN
Nas redes sociais, os professores e dirigentes questiona a veracidade da informação compartilhada por sites e blogs da cidade, "Respeitem os diretores sindicais cedidos que trabalham no sindicato legalmente. Sou Agente de Combate as Endemias em pleno exercício da minha atividade diária de campo em visitas domiciliares e tenho a comunidade toda recebendo o meu serviço. Estou diretora de base e filiada ao sindicato" esclarece Izabele Aires.
Outra servidora municipal da educação explicou ao vereador Thiago Marques(união Brasil), na publicação sobre o salário e as perdas sofridas pelos proffessores na atual gestão " Vou esplicar de outra forma....O que o prefeito Alysson está pagando para professores de nível médio, é abaixo do piso salarial nacional. Portanto 4.867,77 que seria o valor do piso menos 3.319,284 que é o que nível médio está recebendo em Mossoró é igual a 1.548, 486 que é o que estamos perdendo por mês desde 2023 quando a nossa carreira começou a ser rasgada pelo prefeito Alysson".