Escrito por: Concita Alves
Cultura popular, coco de improviso, dança na batida das "Flechas".
Tudo isso e mais algumas outras artes essa turma topa. Estamos falando do Coco Juremado as Flexas, ponto de cultura e banda, que através de seus integrantes e juntamente om outros batuqueiros em 2014 "tiravam côco" lá Côco no Pé, projeto que reunia percussionistas da cidade, no último domingo do mês, no pé do Morro do Careca, na praia de Ponta Negra, em Natal.
A cultura popular, os versos, o sotaque potiguar, a batida ritmada que lembra o trabalho,o coc de improviso e os tradicionais, a dança e a forma de "puxar o côco" são caracteristicas marcantes no repertório da Banda.A banda lançou em 2021 clipes a partir de editais do Governo do Estado.
O Coco Juremado as Flexas foi criado por: Gilvan Aiquoc (Vocal principal e pandeiro) em 2015, e aos poucos a galera foi chegando: João Potiguassu (Voz e Agogô) Joselene Oliveira (Voz e Ganzá), Adriel Bezerra (Tambor/ Jambe), Emanuela Fontes (Alfaia e voz).
Há muitos formas de "tirar o côco", o ritmo que segundo os estudiosos tem sua origem no encontro da cultura negra com a cultura dos povos indígenas no Brasil, nasceu certamente onde começou esse país: no nordeste. No entanto há divergências quanto a precisão, uns dizem que o côco nasceu no litoral, outros que surgiu no interior, provavelmente nos quilombos. Osom remete a quebra dos cocos para a retirada da amêndoa.
Nas rodas além das palmas e instrumentação os participantes, cantam e dançam. O coco é uma das mais ricas manifestações de nossa cultura popular, é musica de trabalho e de brincadeira , e sua difusão e manutenção como expressão cultural deve-se unicamente à resistência dos coquistas.
A banda tem uma história que se conecta a vivência na Jurema do Mestre Gilvan Aquoc, que também é letrista,plantador de hortas urbanas e fabrica instrumentos com materiais reciclados. Os ensaios iniciais foram em um galpão em nova descoberta, daí vieram as primeiras apresentações, convites, documnentário, editais e reconhecimento pelo trabalho que o grupo vem desenvolvendo artisticamente desde 2015.
Segundo Gilvan Aiquoc "As Flechas surgem a partir de minhas vivências em terreiros de Jurema, aprendendo, cantando e ensinanando pontos durante todos esses anos de caminhadada na Jurema."
Gilvan Aquoc foi iniciado em 1989, na Jurema sagrada, ja foi presidente e ministrante de cultos da jurema, no terreiro de Maria Francisca de Lampião, onde teve oportunidade de conhecer pontos de outros varios terreiros da cidade de Natal. Gilvan é um dos autores do livro NEGRITUDE POTIGUAR, vol. III: cultura popular negra, organizado por: Geraldo Barboza de Oliveira Junior.
Em 2017, a banda fez residência artística de quase três meses na ocupação da Praça Padre João Maria,Centro de Natal, e nesse mesmo ano participou da Feira Etnica e Racial do RN e do II Afroxirê. Desde 2018 que a banda vem se apresentando em vários eventos projetos e festivais no estado do RN, entre elas o grupo destaca a apresentação na "Gamboa do Jaguaribe" reserva ambiental em Natal, Semana do Meio Ambiente do IFRN, CIENTEC, Eco Praça e na Escola de Música (EMUFRN).
Em 2020 o Côco Juremado as Flexas foi considerado a Banda Revelação do Carnaval do Natal, no polo Centro Historico. Durante a Pandemia, a banda realizou LIVES com grupos de Côco e o Juremado de Igarassú- PE .
O clipe da musica “Nega Linda Abalaiada”, composição de Gilvan, veio em dezembro de 2020. Em 2021 as LIVES continuam e a banda ensaia para em breve voltar aos palcos. Saravá!!