Escrito por: Concita Alves
Mulheres trabalhadoras dialogam sobre a vida das mulheres, o combate à violência, a reconstrução do país e a Marcha das Margaridas
Com o mote “Pela Vida das Mulheres: reconstruir o Brasil com a Democracia, contra o fascismo e pelo bem viver,” a CUT, movimentos feministas, centrais sindicais, coletivos de mulheres e partidos políticos seguem organizando em Natal(RN), o dia internacional da Mulher.
O 8 de Março abre oficialmente o calendário de manifestações de ruas no Brasil, e após dois anos, o evento volta a ser realizado presencialmente nas ruas de várias cidades do país. A igualdade de gênero e a defesa da vida das mulheres, tem sido pautas prioritárias dos movimentos feministas.
Em meio aos retrocessos sociais, econômicos, políticos, sanitários e a violência que tomou conta do Brasil, durante o governo Bolsonaro, nós mulheres pedimos mais uma vez pela vida em especial, pela vida das negras, das trans e periféricas, que são as mais atingidas. Precisamos dar um basta no aumento do desemprego, que tem provocado marcas profundas para as mulheres e população, que historicamente tiveram menos acesso a direitos e oportunidades de emprego. Nós mulheres, sairemos mais uma vez pautando a Marcha das Margaridas, que acontece em agosto. Vamos fazer um forte movimento nesse dia”, pontuou Gildênia Freire, Secretária da Mulher Trabalhadora da CUT-RN.
Em Natal, já aconteceram duas reuniões organizativas dos movimentos de mulheres para encaminhamentos do ato, que será realizado no dia 8 de março, as 15h, na calçada do Shopping Midway.
As origens que consolidaram o 8 de março, se conectam com uma série de eventos históricos relacionados à luta de mulheres da classe trabalhadora na Rússia, nos Estados Unidos e em países europeus no início do século 20. O Dia Internacional da Mulher foi oficialmente criado pela ONU (Organização das Nações Unidas) em 1977. No entanto, o dia 8 de março já era lembrado por movimentos femininos como uma data para celebrar a luta pelos direitos das mulheres desde o início do século 20.
Vários eventos influenciaram a criação da data, mas dois entre eles são lembrados como determinantes para sua oficialização. O primeiro - o incêndio na fábrica de roupas Triangle Shirtwaist, em Nova York, em 1911 - uma tragédia que denunciou atarvés das capas dos jornais as terríveis condições de trabalho a que as mulheres eram submetidas. O segundo - um marco da História Contemporânea, a marcha das mulheres russa por pão e paz em 1917 - que iniciou uma revolução de efeitos globais.