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RN: Julho das Pretas uma data para celebrar a Ancestralidade e incidência política

Há 11 anos, são as mulheres negras organizadas em todo o país que, empenham esforços na luta e assumem o protagonismo das próprias narrativas

Publicado: 25 Julho, 2023 - 14h06 | Última modificação: 25 Julho, 2023 - 14h36

Escrito por: Concita Alves

Foto: Claudio Rafael
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 O mote nacional da 11ª edição do Julho das Pretas é "Mulheres Negras em Marcha por Reparação e Bem Viver". A agenda do Julho das Pretas deste ano tem 446 atividades em 20 estados. 

No Rio Grande do Norte, eventos, mesas redondas e shows acontecem desde o inicio de julho. Nos próximos dias 26 e 27 de julho, acontece a 7º Edição do "Julho das Pretas", promovido pelo Núcleo de Estudos e Pesquisas em Educação, Gênero e Diversidade (NEGEDI), no Campus Natal-Central do IFRN. O evento será realizado em formato híbrido e as inscrições são realizadas via link. Os participantes inscritos terão direito a certificados.

Também no dia 26 de julho, a partir das 14h, na sede da Central Única das Trabalhadoras e dos Trabalhadores do Ceará (CUT-CE), a Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal (Confetam/CUT) promove o seminário presencial “Combater o Racismo Estrutural para Reduzir as Desigualdades Sociais”. A secretária estadual de combate ao racismo, Wésia Sena, participa do evento que contará com a presença de dirigentes, estudiosos e pesquisadores que estão na luta contra o racismo. Inscrições aqui.

O Dia da Mulher Afro-Latino-Americana e Caribenha foi criado em 25 de julho de 1992, durante o Primeiro Encontro de Mulheres Afro-Latino-Americanas e Afro-caribenhas, em Santo Domingo, na República Dominicana. Estipulou-se que este dia seria o marco internacional da luta e da resistência da mulher negra contra o racismo, a opressão de gênero e a exploração de classe. No governo da presidenta Dilma Rousseff, por meio da Lei 12.987/2014, passamos a comemorar o Dia Nacional de Tereza de Benguela e da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha.

HISTÓRICO

No Brasil, no ano de 2013 o Odara – Instituto da Mulher Negra, criou a ação intitulada “Julho das Pretas” como uma programação voltada para o fortalecimento da ação política coletiva e autônoma das mulheres negras nas diversas esferas da sociedade. Desde então, a Articulação de Mulheres Negras Brasileiras, uma rede de organizações de mulheres negras, constituída atualmente por 45 organizações distribuídas por todas as regiões do Brasil, da qual o Odara faz parte, organiza anualmente essa agenda de incidência política feita por movimentos de mulheres negras brasileiras.

Cabe ressaltar, porém que o Julho da Pretas não é uma agenda do Estado ou dos políticos e dos seus partidos. O movimento de mulheres negras, por meio do Julho das Pretas, segue em Marcha rememorando a ancestralidade através de vozes de mulheres negras da atualidade como a Iyaguña e abrindo caminho para as que virão.

Sobre Tereza de Benguela

Tereza de Benguela foi uma líder quilombola que viveu durante o século 18.Sua liderança se destacou com a criação de uma espécie de Parlamento e de um sistema de defesa. Sob sua liderança, a comunidade negra e indígena resistiu à escravização por duas décadas, sobrevivendo até 1770, quando o quilombo foi destruído pelas forças de Luiz Pinto de Souza Coutinho. Alguns quilombolas conseguiram fugir ao ataque e o reconstruíram. Mesmo assim, em 1777, foi novamente atacado pelo exército, sendo extinto em 1795.