RN: comunidades impactadas por parques eólicos debatem sobre o futuro sustentável
Com o avanço da implantação dos parques eólicos no Nordeste e a possibilidade de se intensificar as desigualdades e processos de exploração, entidades e comunidade debatem o futuro sustentável
Publicado: 18 Julho, 2024 - 13h03 | Última modificação: 31 Julho, 2024 - 15h02
Escrito por: Concita Alves
Para fortalecer o diálogo com comunidades impactadas, entidades e movimentos sociais a Central Única dos Trabalhadores do Rio Grande do Norte (CUT-RN), a população impactada e entidades realizam Live sobre o "Impacto dos Parques Eólicos e Futuro Sustentável, nesta sexta-feira (19), as 14h, com transmissão pelo canal do youtube da CUT Brasil.
No Seminário Direitos Humanos e Empresas, realizado em junho passado, se a prioridade foi para escuta dos relatos das pessoas de comunidades atingidas por parques eólicos e para a análise sócio econômica e industrial da atividade, nesse momento, o debate é centrado nos impactos do futuros que no presente têm afetado diretamente o meio ambiente e a vida da população, assim como, avaliar as estratégias do movimento sindical para que a chamada "economia verde" seja também sustentável para a classe trabalhadora.
Durante seminário de maio foi organizada uma agenda de atividades pelos participantes, e a Live é mais uma ação para que o debate aconteça.
A atuação das empresas no processo de instalação dos parques eólicos no Rio Grande do Norte e no Nordeste brasileiro, tem reproduzido a exclusão das populações e trabalhadores(as) diretamente afetados pelos empreendimentos de energia renovável, suprimido o direito da participação popular e distanciando os trabalhadores dos processos de tomadas de decisão seja no planejamento energético, econômico e social.
O atual modelo de mercado assimilado pelo governo tem causado a apropriação dos territórios, a privatização das terras e despossessão* das famílias, perda da soberania sobre os territórios, com uso inadequado de água e minérios pelas empresas. Com os impactos provocados pela instalação dos parques eólicos, o modelo de economia verde que serve ao Brasil precisa estar alinhado a sustentabilidade e ter a participação ativa da classe trabalhadora, para que as comunidades não sejam refém do capital.
Segundo o presidente da IndustriALL-Brasil, Aroaldo de Oliveira da Silva “Os países ricos olham para o Brasil como meros fornecedores de energia. Fornecedores de minerais raros, o que tem nos causado muitos problemas. Nessa nova reorganização política, devemos nos posicionar como produtores de tecnologia de ponta, e cuidar para que a produção de energia tenha como ponto de partida o bem-estar do nosso povo”.
A Live contará com a participação da população impactada, Federação dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares - FETARN, Serviço de Assistência Rural da Arquidiocese de Natal - SAR, Federação dos Pescadores - RN, Movimento dos Trabalhadores Sem Terra -MST/RN, Movimento dos Atingidos pelas Renováveis - MAR, Grupo Seridó Vivo, LISAT-UFRN, Articulação Nacional das Pescadoras - ANP e Movimento de libertação dos Sem Terra - MLST. Esse seminário autogestionado tem como intuito de colaborar na construção da política nacional de direitos humanos e empresas, assim como estabelece o Ministério de Direitos Humanos e da Cidadania.
A CUT, entidades e movimentos tem alertado para a urgência na construção de um modelo para o setor energético ancorado em paradigmas que atendam a critérios de justiça social e sustentabilidade. O seminário completo ocorrido nos dias 10, 11 e 12 de maio, em Natal(RN), pode ser assistido no YouTube da entidade.