Escrito por: Redação CUT/RN
A PEC do congelamento de gastos, aprovada em 2016, no governo de Michel Temer (MDB) já traz seus resultados negativos a nível estadual e municipal nos serviços de saúde pública. A precarização do Sistema Único de Saúde (SUS) vem refletindo diretamente na infraestrutura dos hospitais. Apesar de o problema ser antigo, o atual governo federal projeta vários ataques, como o próprio Ministro da Saúde, Luiz Mandetta colocou em ‘xeque’ a gratuidade do SUS, sendo o primeiro ministro a abrir essa possibilidade desde a redemocratização.
A precária estrutura dos hospitais públicos, já conhecidos pela população potiguar se agrava mais quando se dá o congelamento dos investimentos, a falta de recursos resulta em ausência de materiais, que já eram limitados, mínima assistência aos trabalhadores, corredores cada vez mais cheios, dentre outros problemas.
A nível municipal, os trabalhadores das Unidades de Pronto Atendimento (UPA) reclamam bastante da sobrecarga de serviços e da demanda alta. Em Natal, por exemplo, vem crescendo bastante os casos de suicídios e de depressão e as unidades de saúde não têm a devida quantidade de profissionais para atender esses casos. É o que conta Paulo Renato, técnico de enfermagem e da oposição do Sindsaúde/RN, ‘’ Existe uma escassez enorme de profissionais na área da psicologia e da assistência social, o que nós preocupamos bastante. Os números de suicídios na capital vêm crescendo bastante e também falta essa assistência para nós servidores que, com a sobrecarga, a saúde mental do trabalhador da saúde vem sendo prejudicada‘’, afirmou.
No estado, a maior reivindicação dos servidores da saúde é a quitação dos décimos terceiros de 2018 e os salários de Novembro e Dezembro, dívidas ocasionadas pelo ex-governo Robinson Farias (PSD). A Prioridade do atual governo Fátima Bezerra (PT) é a quitação dos salários atrasados deixado pela antiga gestão. Em entrevista ao Brasil de Fato RN, o secretário de Estado do Planejamento e das Finanças, Aldemir Freire comentou que a dívida de 900 milhões vem sendo planejada para ser paga com a obtenção de recursos extras, ‘’O Governo tem trabalhado incessantemente para consegui-los ‘’.
Para Paulo, o papel que o Sindsaúde precisa ter nesse atual contexto é a continuidade da participação do fórum de discussão dos servidores e reaproximação com a base para ouvir as demandas dos trabalhadores. ‘’A atual gestão do sindicato precisa voltar para as bases e escutar os servidores, perceber o que está faltando e levar isso para as discussões com o secretário da saúde‘’, concluiu.