Escrito por: Concita Alves

Educadores da rede municipal de Natal realizam assembleia e pedem retirada de PL

A categoria pauta a instalação da mesa de negociação e aponta a necessidade de alteração de, pelo menos, 26 pontos da lei que possui 40 artigos

Lenilton Lima

Os educadores da Rede Municipal de Ensino de Natal (RN), realizaram uma assembleia nesta quarta-feira 11), no Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Rio Grande do Norte (Sinte/RN), para avaliar os rumos da paralisação, iniciada na última quarta-feira (4) e finalizada ontem (10).

A categoria pauta, entre outras reivindicações, a instalação da mesa permanente de negociação e que o Projeto de Lei Complementar (PLC) 19/2023, enviado pelo executivo municipal à Câmara dos Vereadores, seja retirado da pauta de urgência e vetado. Entre outras coisas, o projeto prevê que os professores que ingressarem na carreira pela nova regra terão quatro anos dos salários congelados.

O alerta foi dado durante audiência pública realizada, ontem terça-feira (10), no horário da reunião da Comissão de Educação da Câmara Municipal de Natal , com o plenário lotado pelos trabalhadores e trabalhadoras.

Dentre os pontos críticos do projeto estão a exclusão do Plano de Cargos e Carreiras das categorias municipais e a Comissão de Gestão, formada pelo SINTE e Secretaria Municipal de Educação.

“Além da extinção da carreira, temos um caso extremamente sério: os futuros ingressos na carreira se darão já com o salário rebaixado, menor do que o atual, mas o que é mais grave, durante quatro anos estarão condenados a ter um único salário, sem aumento, porque estarão em estágio probatório e só terão progressão na carreira se forem avaliados e aprovados”, aponta Fátima Cardoso, coordenadora geral do SINTE/RN.

De autoria do prefeito de Natal, Álvaro Dias (Republicanos), o projeto prevê a criação de uma nova carreira na rede municipal de Educação com jornada única de 30h semanais, e extingue as atuais carreiras regulamentadas pela lei nº 58/2004 (voltada para os professores do ensino fundamental) e pela lei nº 114/2010 (trata dos professores dos Centros Municipais de Educação Infantil). Atualmente, a carreira na Educação do município prevê jornadas de 20h e 30h semanais.

Além do congelamento dos salários, extinção de carreiras e possibilidade de remoção arbitrária, os professores também afirmam que a nova regra, não permite a migração de carreira entre as antigas e a nova; e não traz previsão de tempo para planejamento das aulas na jornada de 30 horas.

“A intenção do prefeito de Natal é provocar uma divisão da categoria. Ele cria uma carreira que terá quatro anos de congelamento e outras duas carreiras já organizadas de outra forma”, acrescentou Bruno Vital, secretário de formação da CUT-RN e coordenador do Sinte/RN.