Escrito por: Concita Alves

CUT/RN realiza ação solidária com distribuição de cestas em ocupação do MLMP

A CUT/RN, realizou nesse último domingo (7), uma manhã de ação solidária, para entrega de cestas de alimentação e kits de higiene e limpeza para às famílias moradoras da Ocupação Marcos Dionísio

Reprodução

No último trimestre de 2020, mais de 125 milhões de brasileiros passaram fome ou estiveram em situação de insegurança, sem saber se teriam comida na mesa ou poderiam comer decentemente num futuro próximo.

A CUT/RN, através de sua Presidenta Eliane Bandeira, realizou nesse último domingo (7), uma manhã de ação solidária, para entrega de cestas de alimentação e kits de higiene e limpeza para às familias moradoras da Ocupação Marcos Dionísio, localizada no Bairro do Planalto, em Natal/RN

A ação é fruto de uma campanha interna colaborativa e solidária junto aos filiados da CUT e seus Sindicatos, com o apoio da Coordenação do MLMP/RN, tendo em vista a realidade de insegurança alimentar dos moradores de ocupações próximas em Natal. Na Ocupação Marcos Dionisio, residem mais de 80 familias e aproximadamente 38 crianças.




Segundo Wellington Bernardo, coordenador do MLMP/RN que participou da ação de entrega: "Essa doação solidária da CUT veio no momento em que muitas dessas famílias não tinham quase nada nos seus armários para dá de comer aos filhos".

Embora os impactos da pandemia sobre as pessoas no mundo ainda não tenham sido totalmente mapeados, a fome que atinge milhares de brasileiros tem sido a dor que mais persiste no noticiário de todo o país, potencializada pela pandemia e pela má gestão da crise sanitária gerada pelo presidente da repúlblica. É certo que nem todos sentem a mesma fome, mas ela está lá, presente nos lares de trabalhadores e pessoas que perderam renda. Se você olhar nas ruas da cidade vai encontrar no sinal de trânsito pessoas pedindo emprego, crianças pedindo moedas e mulheres pedindo alimentos nas portas de supermercados, isso tudo, reflete a realidade do país que recentemente retornou ao Mapa da Fome.

Para Eliane Bandeira, Presidenta da CUT " A pandemia tem gerado correntes de solidariedade entre as pessoas, mas é preciso que exista uma resolução para questão da fome. -Não ter o que comer ou não ter a quantidade que todos necessitam para sobreviver é triste, e precisa de soluções urgentes. Além de ser uma violação de direito, a FOME é uma situação que compromete a saúde individual e coletiva das pessoas."

No prefácio do relatório "O Estado da Segurança Alimentar e Nutricional no Mundo" (disponível em inglês), produzido por várias agências da ONU, tem o seguinte alerta: . A fome e a insegurança alimentar são conceitos bem próximos. A insegurança alimentar é um termo utilizado quando uma pessoa não tem acesso regular e permanente de alimentos em quantidade e qualidade suficiente para sua sobrevivência. 

No contexto do Brasil atual, de desmonte das políticas públicas, de retorno ao mapa da fome, de desemprego, de insegurança alimentar, de crimes contra o meio ambiente e do luto pelas mais 600 mil vidas, várias frases do livro “Quarto de Despejo, de Carolina Maria de Jesus, escritora e catadora de materiais recicláveis, que viveu na Favela do Canindé, em São Paulo, se encaixariam perfeitamente em  nossos tempos, mas essa, fala do atual momento: "O povo brasileiro só é feliz quando está dormindo".Que tempos difíceis.