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CUT participa da entrega de Comenda Zumbi dos Palmares na Câmara Municipal de Natal

Entre os homenageados jornalistas, professores, parteiras, movimentos sociais, culturais e representantes de religiões que se destacam na luta antiracista

Publicado: 20 Novembro, 2022 - 00h00 | Última modificação: 19 Novembro, 2022 - 17h33

Escrito por: Concita Alves

FOTO: Concita Alves
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A Central Única dos Trabalhadores - RN participou da sessão de entrega da Comenda Zumbi dos Palmares, nesta sexta-feira 18 de Novembro, na Câmara municipal do Natal/ Palácio padre Miguelinho, em alusão ao dia da Consciência Negra. Na oportunidade, a CUT-RN foi representada pela Secretária de Combate ao Racismo, Wézia Sena.

A Comenda Zumbi dos Palmares é destinada a homenagear pessoas, movimentos e entidades que se destacaram em ações contra a discriminação racial e a defesa dos direitos. A atividade foi proposta pela vereadora Divaneide Basílio(PT). Ao todo, 15 pessoas foram homenageadas com a Comenda Zumbi dos Palmares.

"Que os negros, negras e povos originários tenham o direito de viver. Em 2022 foi o ano que o povo negro ocupou as ruas e resistiu às violências e ao desmonte das políticas públicas no Brasil, e não adianta inviabilizar a luta do povo preto, somos resistentes. Nós não vamos parar enquanto o nosso povo não for sujeito da história. Resistência e resiliência sempre", pontuou Wésia Sena, secretária Estadual de Combate ao Racismo.

Quem foi Zumbi dos Palmares

Morto em 1695, aos 40 anos, Zumbi dos Palmares organizou a resistência dos escravizados do Quilombo dos Palmares contra os portugueses e holandeses que destruíram o quilombo em, 1694, forçando os sobreviventes a fugir e se esconder. Zumbi foi um deles. Cerca de um ano e meio depois foi capturado e morto pelos colonizadores.

Um de seus companheiros, Antônio Soares, havia sido capturado e sob tortura revelou o esconderijo de Zumbi.

Após quase 300 anos, Zumbi foi reconhecido como símbolo de resistência e a data de sua morte passou a ser referência de luta antirracista até que chegasse a se tornar data oficial no calendário brasileiro como o Dia da Consciência Negra, ainda que muitas cidades brasileiras não tratem o tema com a importância e relevância que merece.

“Há uma dificuldade racista em conceber uma data rememorativa de um tempo histórico, e de um líder negro que lutou por liberdade e independência antes dos Inconfidentes. É uma data nacional de todas e todos os brasileiros, mas sabemos que somente os antirracistas a compreendem assim”, afirma Anatalina Lourenço, secretária de Combate ao Racismo da CUT.

Colonização

Durante o período colonial, aproximadamente 4,6 milhões de africanos foram trazidos ao Brasil para servirem na condição de escravos, trabalhando primeiramente em lavouras de cana-de-açúcar e no serviço doméstico, e posteriormente na mineração e em outras lavouras.

Neste período, a condição de vida dos africanos e dos negros escravizados nascidos no Brasil era extremamente precária. Além de serem submetidos ao trabalho forçado, eram submetidas a um tratamento degradante e humilhante, não tendo direito a tratamento médico, educação e a qualquer tipo de assistência social.