Escrito por: Concita Alves

Com obras de mobilidade inacabadas há anos, Natal vive o caos com as fortes chuvas

Após enfrentar ondas de calores intenso, a semana do potiguar iniciou com pancadas de chuvas em todo o estado. A previsão é a de que esse cenário continue até sexta-feira (1º/12)

Foto: Assessoria Natália Bonavides

Em Natal, a Defesa Civil orienta que população evite sair às ruas, em virtude das fortes chuvas que caem e dos transtornos causados por toda a cidade. As aulas da rede municipal e estadual estão suspensas, assim como os serviços de transporte e saúde. Nas últimas 24 horas, mais de 194 milímetros de chuva foram registrados na capital do Rio Grande do Norte.

Em todas as zonas da cidade há trechos intransitáveis com alagamentos, semáforos apagados, árvores caídas e vários serviços seguem alterados nesta terça (28). A Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana (STTU) também suspendeu o atendimento ao público.

Segundo o boletim da Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Norte - Emparn, no estado, foram registraram chuvas de até 316 mm, como na cidade de Brejinho, na região agreste e Extremoz teve o maior acumulado da região metropolitana, com 261mm.

STTU/divulgação

Quem mora em Natal sabe que o problema é antigo e as obras de mobilidade e de macrodrenagem da Prefeitura estão inacabadas. Um exemplo é o da Avenida Jerônimo Câmara, que tinha como intuito prevenir alagamentos durante e após a Copa do Mundo de 2014, mas ainda não tem previsão de finalização.

Na semana passada, a própria prefeitura admitiu o atraso, já que publicou em seu site que os serviços da macrodrenagem alcançaram cerca de 60% do cronograma previsto. 

Pedido de socorro

Os movimentos de luta por moradia na cidade e as famílias das ocupações de prédios abandonados lançaram campanha para que a população possa contribuir, depois que as em que viviam, a Emmanuel Bezerra, no bairro da Ribeira, e Palmares, nas Rocas, ficaram com as moradias alagadas.

"Por causa do descaso do prefeito de Natal, as famílias continuam perdendo tudo quando há chuvas mais fortes. As famílias estão nesse galpão desde 2021, quando foi alugado pela prefeitura com a promessa de sairmos logo para nossas casas. Mas, desde então, não se tem notícias das obras. Seguimos tentando uma mudança desse galpão, que não tem condições nenhuma de receber as famílias que estão morando aqui", reclama Bianca Soares, moradora da Ocupação.

A Ocupação Emmanuel Bezerra, apesar de ficar dentro de um galpão e possuir cobertura, também ficou alagada. As famílias se encontram nesse espaço depois de terem sido transferidas pela Prefeitura, que retirou o grupo do antigo prédio da Faculdade de Direito da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), também localizado no bairro da Ribeira.

Previsão e alertas

As equipes da Defesa Civil percorrem as lagoas de captação e até o momento não houve registro de transbordamento, mas as demais equipes estão de sobreaviso. A previsão é de mais chuvas para as próximas horas, até sexta-feira deve chegar a 55mm.

O Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais - Cemaden, divulgou previsão meteorológica, que informa da continuidade das chuvas em forma de pancadas de intensidade moderada a forte nas próximas horas. Nessas condições, o cenário de risco na cidade é de alagamentos e inundações nos rios e córregos do município.

A Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana informa que, devido à abertura de dois buracos no acesso à zona norte pela ponte Newton Navarro, a via está temporariamente interditada. O trânsito está sendo desviado pela contramão para quem pretende acessar a zona norte.

Em caso de ocorrência a população deve ligar para o 190.

A chuva no estado

Segundo o boletim da Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Norte - Emparn, no estado, foram registraram chuvas de até 316 mm, como na cidade de Brejinho, na região agreste e Extremoz teve o maior acumulado da região metropolitana, com 261mm.