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Agricultura familiar no Rio Grande do Norte ganha impulso com a entrega de máquinas

A parceria sino brasileira para mecanização agrícola do Nordeste que, atualmente, possui apenas 3% de mecanização da agricultura familiar, acontece por meio de diálogos entre governo e movimentos sociais

Publicado: 07 Fevereiro, 2024 - 11h11 | Última modificação: 07 Fevereiro, 2024 - 11h26

Escrito por: Concita Alves

FOTO: Humberto Sales
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Os pequenos produtores da região de Apodi, interior do RN, estão celebrando a nova fase de mecanização da agricultura familiar no estado.

Na sexta-feira(2)de fevereiro, foram entregues cerca de 30 máquinas aos agricultores familiares e instalado o Centro de Testagem de Máquinas Agrícolas, resultado de uma parceria entre Governo do Rio Grande do Norte, Consórcio Nordeste, Universidade Agrícola da China (UAC), Instituto Internacional para Cooperação Popular (IAPC- BAOBAB) e indústrias chinesa.

A solenidade foi conduzida pela governadora Fátima Bezerra, e contou com a presença do ministro Paulo Teixeira,  coordenador do MST João Pedro Stédille, do embaixador da China no Brasil, Zhu Qingqiao, CONTAG, CONTRAF, mandatos populares e lideranças políticas do estado, na perpsectiva de fomentar a agricultura familiar no Nordeste e descentralizar a indústria brasileira.

A agricultura familiar é responsável, hoje, por mais de 70% dos alimentos consumidos no Brasil, sendo que a agricultura familiar do Nordeste contribui com mais de 50% dessa produção.

Os equipamentos serão utilizados por pequenos produtores agrícolas durante o período de um ano, beneficiando inicialmente 150 agricultores familiares do município de Apodi, no Oeste Potiguar. Francisco Edson é um deles, que na comunidade rural Baixa Fechada planta arroz, feijão e milho para consumo familiar e eventual comercialização; sorgo e capim para alimentar o pequeno rebanho de vacas, ovelhas e galinhas.

No passado,  Edson lembra que o corte da terra era por tração animal, um “boi manso” puxando capinadeira; de uns tempos para cá, alugando tratores a R$ 180 a hora trabalhada. “Muito caro, chegou a R$ 200, mas agora a coisa vai melhorar”, diz o agricultor.

De acordo com o último Censo Agropecuário realizado pelo IBGE, a agricultura familiar é a base da economia de 90% dos municípios brasileiros com até 20 mil habitantes.

João Pedro Stédile, da Coordenação Nacional do MST, que acompanhou as tratativas com o governo chinês para trazer o maquinário para o Brasil, disse que “os chineses têm um compromisso conosco de implantar no Brasil fábricas de equipamentos de interesse da Agricultura Familiar, e uma delas é em Mossoró”.

São mais de 10 milhões de pessoas ocupadas no campo, de onde tiram o sustento. Cerca de 50% dos estabelecimentos estão no Nordeste. No entanto, menos de 3% têm acesso a máquinas.

O coordenador da Câmara Técnica da Agricultura Familiar no Consórcio Nordeste, Alexandre Lima considera a consolidação da parceria com os chineses um marco histórico para o Rio Grande do Norte e para o Nordeste. “Proporcionará, acima de tudo, uma ampliação dos níveis de tecnificação da agricultura familiar, ampliação da produção de alimentos saudáveis e a inclusão da juventude e das mulheres no processo produtivo. Este é um compromisso do governo do Estado.”

Além da testagem e adaptação das máquinas, alguns outros investimentos serão feitos, entre eles, a instalação de fábricas para produção de equipamentos para a mecanização.

“Quero destacar que este é mais um resultado do trabalho do Consórcio Nordeste. Essa iniciativa, voltada para a mecanização da agricultura familiar, começou exatamente na Câmara Técnica da Agricultura Familiar, que coordenamos no âmbito do Consórcio Nordeste”, ressaltou a governadora Fátima Bezerra.

A parceria sino brasileira para mecanização agrícola do Nordeste que, atualmente, possui apenas 3% de mecanização da agricultura familiar, vem acontecendo por meio do diálogo do governo federal junto à governadora Fátima Bezerra, Consórcio Nordeste, MST e movimentos sociais.