Escrito por: Concita Alves

Agricultora e sindicalista relata destrato do prefeito de Lajes, no mês da mulher.

Zuelda Sales é Assentada no PA 03 de Agosto, e Presidenta da Associação da Comunidade, no último dia 12, a mesma se surpreendeu com as declarações do Prefeito Felipe Menezes(PP).

Zuelda Sales de Figueiredo é Assentada no programa de Reforma Agrária no PA 03 de Agosto, em Lajes(RN), e luta em defesa da Agricultura Familiar, seu trabalho é reconhecido por todo meio rural.  Zuelda Também é tesoureira do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Lajes e Presidenta da Associação no Assentamento 03 de Agosto, onde foi uma das fundadoras, e concorre novamente a eleição que acontece no próximo sábado, dia 20.

No último dia 12, teve uma péssima surpresa, vinda de quem deveria honrar o papel de gestor e respeitar a luta das mulheres trabalhadoras rurais.

O Prefeito da cidade de Lajes, Felipe Menezes(PP),  que já foi vereador por duas vezes no município e no dia 8 de março, dia internacional das Mulher, parabenizou todas as mulheres de sua cidade, mudou o tom da prosa. O Prefeito fez uma transmissão ao vivo em suas redes sociais, para desferir ataques a Zuelda, sindicalista, e Rosa Costa, vereadora da cidade. Felipe Menezes(PP), que foi denunciado pelo ministério público por uso irregular do transporte escolar para transportar os moradores da zona rural, em determinado momento da live(6’34”)chama-a de “desprezível” e “sem futuro”, e acusa-a juntamente com Rosa Costa, vereadora da cidade de serem a responsável por tirar e enviar fotos da ação.

Zuelda Figueiredo, conversou com a CUT e contou a sua versão, disse que essa informação não é verdadeira, é uma acusação sem provas. “Eu sou mulher, sou sindicalista, reivindico sempre os direitos dos trabalhadores(as) da agricultura familiar de Lajes(RN), mas quando faço algo ou quando publico, eu procuro ver primeiro quem eu vou atingir, e atingir um trabalhador rural é muita irresponsabilidade, diante da realidade de vida de um trabalhador”.

Segundo dados da ONU Mulheres, ainda em 2020, 82 % das mulheres em espaços políticos já sofreram violência psicológica; 45% já sofreram ameaças; 25 % sofreram violência física no espaço parlamentar; 20%, assédio sexual; e 40% das mulheres afirmaram que a violência atrapalhou sua agenda legislativa.

O patriarcalismo desenvolveu diversas formas de silenciar mulheres em espaços de luta na sociedade, seja através de violências físicas, psicológicas, simbólicas, caluniando ou em sucessivas tentativas de apagamentos e nós não podemos permitir que isso continue acontecendo, mesmo sabendo que estruturalmente é uma questão que permeia a vida de nós mulheres. Nessa grande luta por direitos e dignidade algumas desistiram, muitas tombaram e para que essa violência física e simbólica acabe, nos diversos espaços, é preciso parar com a violência estrutural que cerca a vida das Brasileiras.

CUT reitera seu apoio aos trabalhadores e sindicatos rurais e afirma que ninguém é Desprezível, todo ser humano é digno e tem direito a cidadania plena, e que repudia todo tipo de depoimento e fala agressiva contra Mulheres trabalhadoras.